Oi tomos! Anteontem eu fiz algumas ilustrações dos personagens de Vitral, mas só hoje consegui scannear. Pintar vai demorar um pouco. Minha vida anda meio atribulada. Nós tínhamos comprado uma mesa digitalizadora , mas a loja disse que não tinha mais no estoque e só daria para enviar daqui a quinze dias. Bom, eu cancelei a compra pois precisava dela urgente. Acabei tendo uma luz e peguei a canetinha na casa do meu irmão, ele ainda não tinha arrumado, mas eu falei pra Soni que ela ia funcionar na marra! Dito e feito! Fizemos ela funcionar, colamos um esparadrapo na pilha dentro e ela funcionou. É apenas um mal contato! ^^ Finalmente a Soni tá podendo terminar seu mangá. Fiquei feliz por isso e por não ter gastado mais dinheiro. As vezes, os problemas são chatos, mas temos que acreditar.
Estou na faze de colocar retículas nas páginas e tem dia que não dá pra fazer nada, eu e a Soni vamos ao correio entregar os mangás pros leitores que compraram. Ontem tivemos que ir na cidade vizinha porque na nossa não tinha caixinha pra enviar as penas G. As penas são pequenas e nem pesam quase nada, mas acabamos tendo que colocá-las numa pasta enorme. Cuidar da loja dá trabalho e as vezes dá até dor de cabeça, mas o objetivo é fazer os leitores felizes. A loja é para podermos vender nosso repasse, pois o repasse faz parte do nosso ganho com os mangás. Estou curiosa pra saber como andam as vendas na Comix. Na nossa loja tudo vai bem, tem dias que tem muitos compradores e tem dias que ninguém compra nada.^^ Eu fiz uma compra pra simular se os botões estão funcionado e vi que o pague seguro tá chatinho, ele pede pra fazer um cadastro, mas não aceita qualquer senha. Mas aí eu vi que mesmo sem fazer o cadastro a compra consta na nossa loja. Na hora de efetuar a compra ele pede o endereço de entrega e é só escolher a forma de pagamento e pronto, não precisa fazer o cadastro que o pague seguro pede em seguida.
Eu agradeço a todos os leitores que tiveram paciência para esperar os mangás chegarem, sei que não é fácil comprar algo na internet e depois ter que esperar quase dois meses pra receber o produto. Minna arigatou!
Pra falar a verdade, as vezes é um pouco estressante ser vendedor. Tem gente que perde a paciência e temos que ouvir muito, mas o cliente sempre tem razão. Nós somos quem, né? Só as autoras que se viram pra vender sua própria obra, o leitor é mais importante. O chato é que qualquer engano nosso jamais é compreendido. Fico com uma certa inveja dos japas porque lá os autores não precisam criar uma loja pra vender seus próprios mangás. Não estou reclamando do trabalho, mas a grama do vizinho parece sempre mais verde.^^ Aqui no nosso país as coisas são bem diferentes mesmo, quando a gente fala de boas vendas e sucesso de vendas estamos falando de vendas em termos de Brasil. Não é sucesso como no Japão onde um mangá desconhecido vende quinhentas mil cópias. Aqui não venderíamos tudo isso porque as editoras não fazem essa tiragem e porque os otakus leitores de mangá nem somam tudo isso. A TMJ é a única revista que chega perto de quatrocentas mil cópias, mas ela produz um milhão e consegue distribuir para todo Brasil e tem assinatura. O editor Franco de Rosa disse em uma entrevista que quadrinhos nacionais em geral vendem em média trezentas cópias e é só isso mesmo. Ele publica trabalhos nacionais quase que por caridade e amor ao quadrinho. Em outras palavras, vender mais de mil cópias é relativamente um sucesso. Lógico que se a tiragem foi pequena, ou seja, se foram feitas três mil cópias e vendeu mil e quinhentas é bom. Mas se foram feitas mais que isso, mesmo vendendo mais de mil o negócio fracassou.
Eu e a Soni estamos numa jornada de primeira publicação e isso é o que nos motiva. Dinheiro e vendas fantásticas só em sonho. Sem ir pra banca fica ainda mais difícil atingir vendas expressivas, mas mesmo vendendo bem nas bancas não significa dinheiro, pois as distribuidoras cobram 50% do preço de capa e se não vender metade eles cobram uma multa. Ou seja, compensa pro leitor chegar na banca e pegar seu mangá, mas pra editora pode não compensar.
Sempre vejo em blogs pessoas analisando o porque de mangás que não fizeram sucesso, alguns acham que foi por causa do desenho, do roteiro e etc. Mas eu sei que no Brasil os motivos para uma obra não ir adiante são milhares, não é apenas culpa do trabalho. Eu conheço desenhistas muito bons, mas eles não publicam porque no passado descobriram que não dá dinheiro suficiente. Não querem desenhar por centavos e ainda serem criticados por gente que nem comprou a obra deles. O feedback dos leitores é bom, mas tem gente que acha que o desenhista tá chuva pra levar raio na cabeça e pegar uma pneumonia. Nós desenhistas já enfrentamos muita coisa e tem gente que não aguenta e eu até dou razão. Eu e a Soni desenhamos porque gostamos de fazer isso e a experiência conta muito. Mas as vezes é duca...não o trabalho, mas o resto tudo que cai na cabeça. Acho que quem quer ser desenhista no Brasil precisa se preparar para muita coisa adversa.
Bom, mas existe o lado bom. É uma grande conquista quando vemos nossa obra concluída e quando conquistamos um leitor. Eu adoro tirar uma folha nova da embalagem e desenhar ouvindo música. Quando estou no computador artefinalizando as páginas eu fico pensando nos próximos quadrinhos que vou fazer e nas cenas. Fico imaginando como o leitor vai reagir quando ler a cena e também fico calculando a hora certa de expor coisas e se aquilo vai prender a atenção e causar alguma emoção. É muito complicado, mas é muito satisfatório quando o leitor fala justamente do que sentiu numa cena e era o que eu queria que sentisse. As vezes eu me surpreendo com a reação, não imaginava que a pessoa ia pensar e sentir aquilo. Eu estou aprendendo muito e isso não tem preço. Outro dia, meu irmão disse que assistiu uma palestra sobre os artistas. Falava do lado espiritual e explicava que o artista deve se sentir bem e querer passar bons sentimentos para as pessoas através de sua obra. Dessa forma o público vai gostar. Não se trata de desenhar coisas politicamente corretas, mas de se sentir bem com o que faz, afinal, quadrinhos, músicas e filmes tratam de sentimentos e emoções. Só isso. O artista cria algo unicamente pra mexer com os sentimentos e despertar emoções nas pessoas. Se alguém riu onde o desenhista quis, ou chorou ou ficou corado, então o artista atingiu sua meta e propósito. E é isso que estou tentando e sei que somente a experiencia vai me dar mais esclarecimento. Por isso eu desenho mesmo que quase de graça e mesmo embaixo de dificuldades e cobranças.
Estou na faze de colocar retículas nas páginas e tem dia que não dá pra fazer nada, eu e a Soni vamos ao correio entregar os mangás pros leitores que compraram. Ontem tivemos que ir na cidade vizinha porque na nossa não tinha caixinha pra enviar as penas G. As penas são pequenas e nem pesam quase nada, mas acabamos tendo que colocá-las numa pasta enorme. Cuidar da loja dá trabalho e as vezes dá até dor de cabeça, mas o objetivo é fazer os leitores felizes. A loja é para podermos vender nosso repasse, pois o repasse faz parte do nosso ganho com os mangás. Estou curiosa pra saber como andam as vendas na Comix. Na nossa loja tudo vai bem, tem dias que tem muitos compradores e tem dias que ninguém compra nada.^^ Eu fiz uma compra pra simular se os botões estão funcionado e vi que o pague seguro tá chatinho, ele pede pra fazer um cadastro, mas não aceita qualquer senha. Mas aí eu vi que mesmo sem fazer o cadastro a compra consta na nossa loja. Na hora de efetuar a compra ele pede o endereço de entrega e é só escolher a forma de pagamento e pronto, não precisa fazer o cadastro que o pague seguro pede em seguida.
Eu agradeço a todos os leitores que tiveram paciência para esperar os mangás chegarem, sei que não é fácil comprar algo na internet e depois ter que esperar quase dois meses pra receber o produto. Minna arigatou!
Pra falar a verdade, as vezes é um pouco estressante ser vendedor. Tem gente que perde a paciência e temos que ouvir muito, mas o cliente sempre tem razão. Nós somos quem, né? Só as autoras que se viram pra vender sua própria obra, o leitor é mais importante. O chato é que qualquer engano nosso jamais é compreendido. Fico com uma certa inveja dos japas porque lá os autores não precisam criar uma loja pra vender seus próprios mangás. Não estou reclamando do trabalho, mas a grama do vizinho parece sempre mais verde.^^ Aqui no nosso país as coisas são bem diferentes mesmo, quando a gente fala de boas vendas e sucesso de vendas estamos falando de vendas em termos de Brasil. Não é sucesso como no Japão onde um mangá desconhecido vende quinhentas mil cópias. Aqui não venderíamos tudo isso porque as editoras não fazem essa tiragem e porque os otakus leitores de mangá nem somam tudo isso. A TMJ é a única revista que chega perto de quatrocentas mil cópias, mas ela produz um milhão e consegue distribuir para todo Brasil e tem assinatura. O editor Franco de Rosa disse em uma entrevista que quadrinhos nacionais em geral vendem em média trezentas cópias e é só isso mesmo. Ele publica trabalhos nacionais quase que por caridade e amor ao quadrinho. Em outras palavras, vender mais de mil cópias é relativamente um sucesso. Lógico que se a tiragem foi pequena, ou seja, se foram feitas três mil cópias e vendeu mil e quinhentas é bom. Mas se foram feitas mais que isso, mesmo vendendo mais de mil o negócio fracassou.
Eu e a Soni estamos numa jornada de primeira publicação e isso é o que nos motiva. Dinheiro e vendas fantásticas só em sonho. Sem ir pra banca fica ainda mais difícil atingir vendas expressivas, mas mesmo vendendo bem nas bancas não significa dinheiro, pois as distribuidoras cobram 50% do preço de capa e se não vender metade eles cobram uma multa. Ou seja, compensa pro leitor chegar na banca e pegar seu mangá, mas pra editora pode não compensar.
Sempre vejo em blogs pessoas analisando o porque de mangás que não fizeram sucesso, alguns acham que foi por causa do desenho, do roteiro e etc. Mas eu sei que no Brasil os motivos para uma obra não ir adiante são milhares, não é apenas culpa do trabalho. Eu conheço desenhistas muito bons, mas eles não publicam porque no passado descobriram que não dá dinheiro suficiente. Não querem desenhar por centavos e ainda serem criticados por gente que nem comprou a obra deles. O feedback dos leitores é bom, mas tem gente que acha que o desenhista tá chuva pra levar raio na cabeça e pegar uma pneumonia. Nós desenhistas já enfrentamos muita coisa e tem gente que não aguenta e eu até dou razão. Eu e a Soni desenhamos porque gostamos de fazer isso e a experiência conta muito. Mas as vezes é duca...não o trabalho, mas o resto tudo que cai na cabeça. Acho que quem quer ser desenhista no Brasil precisa se preparar para muita coisa adversa.
Bom, mas existe o lado bom. É uma grande conquista quando vemos nossa obra concluída e quando conquistamos um leitor. Eu adoro tirar uma folha nova da embalagem e desenhar ouvindo música. Quando estou no computador artefinalizando as páginas eu fico pensando nos próximos quadrinhos que vou fazer e nas cenas. Fico imaginando como o leitor vai reagir quando ler a cena e também fico calculando a hora certa de expor coisas e se aquilo vai prender a atenção e causar alguma emoção. É muito complicado, mas é muito satisfatório quando o leitor fala justamente do que sentiu numa cena e era o que eu queria que sentisse. As vezes eu me surpreendo com a reação, não imaginava que a pessoa ia pensar e sentir aquilo. Eu estou aprendendo muito e isso não tem preço. Outro dia, meu irmão disse que assistiu uma palestra sobre os artistas. Falava do lado espiritual e explicava que o artista deve se sentir bem e querer passar bons sentimentos para as pessoas através de sua obra. Dessa forma o público vai gostar. Não se trata de desenhar coisas politicamente corretas, mas de se sentir bem com o que faz, afinal, quadrinhos, músicas e filmes tratam de sentimentos e emoções. Só isso. O artista cria algo unicamente pra mexer com os sentimentos e despertar emoções nas pessoas. Se alguém riu onde o desenhista quis, ou chorou ou ficou corado, então o artista atingiu sua meta e propósito. E é isso que estou tentando e sei que somente a experiencia vai me dar mais esclarecimento. Por isso eu desenho mesmo que quase de graça e mesmo embaixo de dificuldades e cobranças.