sábado, 12 de janeiro de 2013

Desenhando cenário de interior com dois pontos de fuga.

Hi people! Hoje eu acabei não desenhando nada porque fiquei tirando o mato do jardim, estava chovendo, mas o mato estava alto, parecia que eu tinha plantado uns pés de milho. Arranjei um lugar para a roseira de rosas vermelhas que a minha mãe me deu e espero que pegue. Os bambus pegaram e já tem folhas verdes nascendo. De noite eu ajudei a Soni a formatar o nosso PC antigo para doar. Ainda funciona, mas não dá pra fazer grandes coisas nele. Porém, tenho um certo carinho por ele e sou muito grata já que pintei a primeira capa do Vitral nele. Fiz as páginas também e ele foi útil até comprarmos algo melhor. Por falar em página eu queria mostrar como faço alguns cenários no meu mangá. Não reparem, mas é só o rascunho.


Bom, no mangá existem algumas técnicas de se fazer cenários e uma delas é desenhar a partir de uma foto. No meu caso eu escolho o ambiente que achei legal e desenho ele no quadrinho. Peguei a foto num site especializado em arquitetura e decoração. Tem técnica que imprime a foto e com a mesa de luz se copia, mas eu não faço isso. Eu acho os pontos de fuga e reproduzo a cena. Não fiz pra ficar idêntico porque não precisou. Marquei os pontos 1 e 2 na linha do horizonte e para a cadeira fiz outro ponto, pois ela não está em nenhum dos dois pontos. Ela ficou um pouco maior no meu desenho e o abajur ficou menor.rsrs Aí é só colocar os personagens na cena e tá pronto o quadrinho. Eu gosto de desenhar cenário e com o tempo ficou bem mais fácil. Com a técnica dos pontos de fuga não tem como ficar difícil. As vezes nem precisa, uso apenas perspectiva. O importante é fazer o leitor entender onde o personagem está e não dar a sensação de falta de profundidade.
Já fiz vários cenários com essa técnica no Vitral. Fiz o restaurante da MH, o navio do réveillon, os escritórios. Os que eu criei de cabeça foram o hospital de Mekata, o prédio do Tadashi, a Igreja dos Anjos e o vitral fantasma. A MH é baseada num projeto de arquitetura para um prédio cultural. A limusine do Muyami também foi feita com a técnica de copiar foto. Também fiz o ônibus assim. O centro de Mekata foi inspirada nas ruas de Tóquio. Fiquei vendo umas fotos e fiz algo parecido. Pensando agora eu desenhei cenário pra caramba. E ainda tem mais pela frente. Nem sempre dá pra usar o mesmo desenho e aí tem que desenhar o bendito de novo em outro ângulo. Mas é divertido.
Espero que gostem e usem a técnica se precisarem. Porque as vezes um cenário que a gente cria pode ficar simples demais e alguns detalhes de decoração ajudam a enriquecer o trabalho. Não dá pra tirar tudo da cabeça. No caso achei que o quarto combinava com a casa do Muyami que não deixaria Daiji ter um quarto mais adolescente e com cores fortes. Particularmente eu gostei dos espelhos na parede ao invés de quadros. Eu só não me preocupei em criar uma decoração que fosse própria de uma cultura diferente da nossa. Isso levaria muito tempo pra fazer. Pra isso eu teria que mergulhar num estudo de decoração oriental e tentar criar algo novo em cima, por isso eu fiz os ambientes mais americanizados incluindo o Brasil. Porém, no Brasil as casas não são feitas para neve como no meu país Mekata, então eu pesquiso mais em ambientes criados para inverno forte.
Muita gente reclama que no mangá existem poucos cenários e até chamam os desenhistas de preguiçosos, mas são pessoas que não entenderam que o mais importante no mangá são os balões e os personagens. Nem todo quadrinho na página de mangá pode ter cenário atrás como em outros estilos de HQ. Isso tem uma razão, a cena deve dar importância ao que está em foco. O cenário no mangá é só pra situar o leitor, é como no teatro que as vezes só precisa de uma mesa e um banco pra dizer que é uma sala de jantar. E outra coisa, quando se faz um cenário é bom planejar antes onde vai colocar os balões, assim não corre o risco de se desenhar um lindo cenário e depois descobrir que o balão vai tapar tudo! As vezes compensa mais fazer um quadrinho sem cenário ao invés de tapar toda arte depois com o balão. E cuidado pra não ficar criando espaço morto e quadro morto. O quadro morto é aquele que o iniciante faz sem saber que é um quadro inútil ou tá mostrando um cenário irrelevante que pode ser tirado sem fazer falta e espaço morto é quando fica um espaço inútil sem nada relevante na cena. Não adianta ficar colocando cenário pra tapar buraco, ele também em tum papel importante na cena e na composição da página. O lance não é quantidade de cenário na página e sim uma boa apresentação dele quando for aparecer. Também depende muito da história e do que o autor quer passar. Porque tem mangá que o foco é o ambiente, se vc fizer uma história onde tem mundo diferente obviamente o leitor vai ter que poder ver esse mundo diferente que está na sua mente. Mas num mundo comum, uma cadeira é uma cadeira. Só precisa parecer que dá pra sentar nela. ^^
A Soni ficou perita em cadeira rococó, mas ela só teve uma dimensão da cadeira Luiz XV quando viu uma de perto. Nem toda foto dá uma boa ideia de dimensão.


É isso, até mais e beijos. 

18 comentários:

Lucy himeno disse...

Waa, sou péssima em desenhar cenários e não sei usar ponto de fuga! @_@
Terminei seu desenho hoje, deu muito trabalho, mas não estou satisfeita mesmo assim... gomen T^T
Vou mandar tudo junto quando terminar o da Soni também. Planejava mandar pra chegar no natal, mas olha só! ¬¬"
Sempre tive medo de desenhar a partir de fotos... tipo, de alguém ver e dizer que já viu a foto antes e eu ficar sem saber o que dizer... '_'
Mas já tentei desenhar os móveis daqui da sala, ou de alguns lugares que visito, e aí consigo usar bem a perspectiva e fica bem bonitinho... não me entendo x.x

shirubana disse...

Eu sempre fico de fazer o tutorial de ponto de fuga, mas nunca faço. O mais engraçado é que é super fácil fazer essa técnica. Vou ver se consigo fazer o tuto esse mês.
Bom, as vezes não tem jeito o mangáká tem que usar foto porque é quase impossível desenhar coisas como navios e prédios históricos de cabeça. Até pra desenhar paisagem vc tem que ter referência, mesmo que de memória. Até as flores a gente precisa ter foto ou a original. Tudo vem de referência como as dobras de roupas e tecidos.
As fotos ajudam quando vc precisa desenhar outros países, por exemplo. Ou colocar seus personagens na avenida Paulista, vc vai precisar de fotos do lugar ou ir pessoalmente. Aí fica difícil se vc mora em outro lugar.
O ideial é usar fotos que não tenham direitos autorais. No caso, a foto é de um site que disponibiliza os projetos para serem usados por outros mesmo.
Tem alguns mangakás que usam a foto propriamente dita, nem desenham ela, simplesmente colam ela no quadrinho. Ou seja, mesmo que reconheçam a foto é só dizer que é uma das técnicas do mangá.
Para se criar um cenário vc tem que ter referência como no caso da minha igreja em Mekata. Ela tem um estilo rococó meio misturado com outros estilos. Ela tinha que parecer um templo cristão, mas não necessariamente católico.
Ah! No Japão existem retículas com cenários prontos. Os mangakás só escolhem qual vão usar e colam no quadrinho. Também é uma técnica. As vezes eu vejo o mesmo cenário em vários mangás. No começo a gente fica meio chocado com as técnicas dos mangakás e é natural achar que eles estão catimbando. Mas quando a gente tem mais de 60 páginas pra fazer e muitas com cenário a gente começa a entender porque do uso delas.
Bom, eu vou ficar esperando seu desenho! Ai que ansiedade!!!!^^

Takamura San disse...

Que delícia de post!

Sensei, gostei muito quando disse ser grata ao seu antigo PC por ele ter lhe ajudado com a capa do Vitral. Tenho uma relação semelhante com os meus objetos. Obvio, não os valorizo em demasia, apenas os respeito pelo papel que tiveram em minha vida. Sempre passo adiante os que me foram úteis quando adquiro novos, é satisfatório vê-los auxiliando alguém, assim como fizeram comigo. Parece loucura, mas gratidão tem grande valor, independente se é direcionada a pessoas, animais, lugares ou objetos. A gratidão nos dá um retorno, e isso não é ser materialista, e valorizar o que conquistamos.

Beijo querida, lindos cenários são o seu forte. Obrigado pelas dicas aqui. Kissus!
Takamura do blog: Tatsu Estúdio

Lucy himeno disse...

Ah, pretendo mandar logo! ^^
Mas como vou mandar o seu e o da soni juntos, vai demorar um pouquinho (porque não fiz o dela ainda). Mas vou tentar mandar tudo na quarta! ^^
Ah, aquelas cartas registradas são mais seguras né? Todas são 5 reais?

Kelvin disse...

Oi Shiru^^ É incrível como o seu "só reascunho" ja é lindo!! Muito bonito o cenário, inclusive. Você tem os traços tão precisos, mesmo para o racunho, e você nem faz a construção né? Sempre desenhou assim ou seu traço foi ganhando mais "firmeza" com o tempo? Não sei se me fiz entender, mas acho isso muito legal, pois meus rascunhos são um amontoado de rabiscos, de forma que acabo tendo que fazer um "2º rascunho", melhor definido, em cima do primeiro antes da arte final, o que consome tempo.

Adorei essas dicas, nunca fiz cenários com mais de um ponto de fuga, mas sempre uso, o resultado é muito bom. Eu uso referências pra quase tudo de cenário, não copio exatamente das fotos, mas as uso pra ter uma ideia.
Nossa, ja fiz cenários lindos e depois tive que colocar um balão na frente^^ É bem decepcionante. Agora faço os balões antes, é a melhor coisa!

Eu curto desenhar cenários, mas as vezes demoro tanto pra terminar um, que a tarefa perde o brilho rs! Será que só eu demoro tanto assim? Pode ser, afinal levo muito tempo pra desenhar qualquer coisa... preciso melhorar isso.

Ri_ick disse...

Delicioso post, fala totalmente minha língua.
Agora que estou usando o tal ponto de fuga eu estou me divertindo muito e o desenho fica tão mais lindo e fácil de criar que eu surto. Nossa como é gostoso desenhar néh?
Eu não sabia que deve usar outro ponto de fuga em um objeto de lugares diferente, eu achei que devia ser todos os objetos em apenas um ou dois pontos de fugas. Vendo seu tutorial eu entendo melhor como se faz. Os seus cenários são lindos, eu amei quando eu vi.

Concordo com as referências de imagens, eu por exemplo não tenho inspiração pra criar um modelo diferente no objeto ou uma casa da minha imaginação, eu sempre procuro várias casas pra criar a minha.

"Sinthia" disse...

Olá.
O volume 2 de Vitral foi lançado? Ele ainda não chegou aqui.

shirubana disse...

Obrigada, Takamura.^^ Concordo plenamente com vc, a gratidão é tudo. Antes eu não entendia porque a minha vida não ia pra frente, era só falta de ser grata. Não adianta ter raiva de não ter um PC bom, mas usar o que tem cm paciência e gratidão. Assim o universo entende que a gente precisa evoluir. Hoje eu tenho condições de ter um PC melhor, ainda não é o ideal, mas tenho certeza de que poderei ter o melhor. Eu também sou muito grata por ter um amigo como vc e torço pelo seu sucesso sempre.

Beijossss

shirubana disse...

Oi, Lucy. As cartas registradas custam 3 reais na verdade, mas depende do peso da carta. Até 500 g é cinco reais, passou desse peso só sedex e PAC. Também depende do lugar que vc mora e vai enviar. Se for um envelope de até 200 g vai ficar uns 4,70 no máximo. Mas esse serviço é o mais seguro, pois dá pra rastrear e eles verificam o CEP. Se der errado a carta volta pra vc. Carta simples não volta.
beijosss

shirubana disse...

Obrigada pelos elogios, Washizuki. Como eu sou autodidata nunca usei esquema nenhum. O meu traço sempre foi firme, mas eu ganhei rapidez com o tempo. O ponto de fuga eu aprendi em uma semana, treinei e ainda tô treinando. Cada cenário é um desafio novo. No mangá se usa até 4 pontos de fuga e ponto de fuga falso que vou ensinar um dia aí. ^^
Pelo que vc falou vc faz a técnica do Cleaner que é quando a gente usa outra folha pra "limpar" o desenho. A maioria dos desenhistas faz isso. É normal. Me disseram que sou um caso raro de mão leve.^^
Mas eu notei que os desenhistas são psicologicamente inseguros, a gente sabe desenhar mas tem medo de errar.
Vou te dar uma dica pra ficar seguro. Antes de dormir pegue uma caneta bic e faça uma página de quadrinho sem apagar, desenha com tudo sem medo. Não fica rabiscando, vai direto! Treinando com a caneta vc perde o medo de desenhar direto. Eu faço isso todas as noites e hoje eu sou capaz de fazer alguns desenhos sem uso da borracha. Os mais simples são feitos diretamente.
É como tocar piano e violão, vc treina tanto que uma hora a mão faz o ritmo e os acordes sem vc precisar pensar, é assim que funciona a mente do artista. Treine o desenho com caneta e vc vai ver que uma hora seu personagem sairá naturalmente sem rabiscos.
A leveza do traço pode ser conseguida com o lápis HB que é bem fraquinho e ótimo pra mão pesada que destrói folha.rsrsr
Também é bom fazer coisas mais delicadas pra mão ficar menos tremida, como origami, coisas artesanais que exijam delicadeza.
Fazer música também ajuda. Piano é ótimo pro desenhista. Mas tem que ser piano mesmo e não teclado, porque o teclado não tem o recurso de toque de acordo com seu jeito de tocar.
É isso kisussss

shirubana disse...

Oi Ri_ik. Esses pontos de fuga que não estão na mesma linha do horizonte dos outros pontos existem mesmo. Nem todos os objetos numa cena ficam no mesmo ângulo. Fica muito artificial de tudo ficar no mesmo ponto de fuga. Por isso é legal ver as fotos e procurar os pontos dos objetos.
São usados até 4 pontos no mangá. Realmente é muito divertido fazer os cenários assim. Dá uma enriquecida na página.
Beijosss

shirubana disse...

Ah! Sinthia! Já saíram os volumes 2 e 3. Agora só tem na internet nas lojas da comix e também nas lojas físicas da comix. Não sei se o editor colocou nas livrarias, mas é as vezes tem em eventos. Também tem na minha loja virtual www.futagoestudio.com.br/loja/futago.html

Beijossss

Lucy himeno disse...

Eu comecei a aprender violão ano passado, mas além de não ser muito boa nisso ainda me atrapalha com os desenhos... ¬¬
Tipo, fico um tempão sem desenhar pra tocar, mas nunca melhoro! E também só sei tocar músicas de The gazettE e de animes! U_ú
AAAH! Shirubana! Eu passei na faculdade federal de letras em 8° lugar! ^^y

shirubana disse...

Parabéns Lucy! Espero que seja feliz em Letras.^^

Eu gosto de cantar, mas eu só sei canto lírico. A Soni também canta, sabe tocar piano e violão. Eu não tenho prática, mas sei algumas coisas. Aprendi a ler partitura e gosto muito de música. O violão é um instrumento meio ingrato, dá a impressão de que a gente pratica e nunca melhora, mas o segredo é ir avançando nas músicas e na dificuldade, quando vc voltar vai ver que melhorou. Mas a impressão que dá é que não estamos aprendendo nada. No desenho é a mesma coisa, a gente vai indo achando que nunca vai ficar melhor, mas o tempo é nosso amigo.
Pelo menos vc toca The gazettE.^^ Eu não toco nada japonês.

Lucy himeno disse...

QUE INVEJA! Canto lírico é muito muito lindo! Eu já tentei, mas tenho um problema desconhecido na garganta desde pequena... quando tô cantando e faço uma nota bem aguda... minha garganta SANGRA! O.o Minha mãe não quer me levar no médico, disse pra eu parar de cantar! T^T
Mas vou me esforçar... ^^"
Quero fazer uma banda para fazer cover de músicas de anime em eventos U_ú
Tô querendo comprar um violino, mas o dinheiro tá em falta, mas desse ano não passa!
Eu só me interesso por músicas japonesas, me esforço até conseguir, mas outras músicas eu acabo desistindo, kkk...

shirubana disse...

Que coisa, Lucy. Vc devia ir a um médico otorrino pra ver se não tem um calo na garganta. Mas dizem que quando a gente faz a nota de uma forma errada ou tenta uma que não dá na voz, isso acontece. Eu consigo atingir até o ré maior. Mas uma amiga minha chega no fá maior, mas ela é soprano solista. A Soni não alcança muito na escala. Só que forçar não adianta e também tem a técnica certa pra cantar, a gente não usa a garganta e sim o diafragma.
Pena que os instrumentos são caros, né? Mas gambare! Acho lindo o violino.
Beijossss

Lucy himeno disse...

Tô ligada soni, quando eu tava no teatro sempre fazia os aquecimentos vocais, era bem melhor... =.=

Joas Pabloy disse...

ola pessoal! sera que posso me ajuntar a vcs