Li um texto interessante onde o autor Thomas Roth, no jornal Propaganda & Marketing compara o trabalho de publicitário ao trabalho de uma prostituta e acabei pensando no trabalho de mangaká. Acho que também posso comparar o mangaká à uma prostituta. Troquei algumas palavras do texto e vejam como ficou. ^^Espero que se divirtam com o trocadilho.
"Você recebe para deixar as pessoas felizes (igualzinho às prostitutas); seu trabalho sempre vai além do expediente (igualzinho às prostitutas); você acaba fazendo coisas que alguns acham genial, mas você acha idiota (igualzinho às prostitutas); você é mais produtivo à noite (igualzinho às prostitutas); você é recompensado por realizar as ideias mais absurdas do leitor (igualzinho às prostitutas); você é recompensado por sugerir as ideias mais malucas aos seus leitores (igualzinho às prostitutas); seus amigos se distanciam e você só anda com outros iguais a você (igualzinho às prostitutas); quando você trabalha, pode estar de qualquer jeito.
Quando vai a TV e dá entrevistas, você tem de estar sempre apresentável (igualzinho às prostitutas). Quando começa a desenhar é muito bom, mas, quando você termina, parece saído do inferno (igualzinho às prostitutas); o leitor quer sempre pagar pouco, mas exige que você faça maravilhas (igualzinho às prostitutas); quando te perguntam no que você trabalha, tem dificuldade para explicar (igualzinho às prostitutas); ninguém quer ter uma filha ou filho casado com você. Mas se você vira celebridade, todo mundo quer tirar foto ao seu lado, te convidam pra festas (igualzinho às prostitutas); se as coisas dão errado, é sempre culpa sua (igualzinho às prostitutas); você sempre acaba fazendo mais do que o combinado inicialmente (igualzinho às prostitutas).
Bom, diferentemente das prostitutas se nós falarmos palavrões e ou qualquer coisa dirão que não somos profissionais.
Finalmente, todo dia você diz: Não vou passar o resto da vida fazendo isso! (igualzinho às prostitutas). Acho que esse meu lado “prostituta” fala mais alto, porque a verdade é que eu não quero parar de fazer isso.
Sou apaixonada por aquilo que faço, até por alguns autores. Nossa área é altamente competitiva por que, mais do que bons profissionais, ela é recheada de profissionais “apaixonados”. E, diferentemente das prostitutas, a gente, sendo remunerado ou não, acaba fazendo o trabalho com o mesmo tesão.
Nós, diferentemente das prostitutas, temos que agradar a vários (leitores, editoras, blogueiros, resenheiros e colegas) ao mesmo tempo, mas não recebemos de todos, alguns leem de graça. Prestamos o serviço na hora, mas recebemos muito tempo depois. Quando recebemos. Mas, igualzinho às prostitutas, a gente não tem lá muita vergonha na cara e fica inventando um monte de desculpas para explicar por que a gente está “nessa”. A verdade é: a gente adora essa vida. Porque mangá é paixão, é droga, é vício. E dá um prazer danado..."
Bom, com isso eu concluo que mangakás e publicitários são mesmo iguais, todos nós nos prostituímos de vez em quando (no bom sentido).rsrs A única diferença é o dinheiro, as prostitutas e publicitários sempre ganharão mais que eu aqui no Brasil. Me sinto meio ovelha negra as vezes por fazer BL, mas eu gosto do que faço. ^^